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Convivi com um Santo
(Livro/testemunho de Pe. Antônio Marcos Girardi

DO ALTAR AO APOSTOLADO O grande salto de vida de Frei Orestes. Talvez um pouco em vista de suas qualidades espirituais, desde o início de sua vida religiosa […]

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Talvez um pouco em vista de suas qualidades espirituais, desde o início de sua vida religiosa, em Rodeio-SC – Frei Orestes foi valorizado no campo da liturgia como sacristão. Esse trabalho ele o desenvolveu, em seguida, também em Canoinhas, no mesmo Estado.

De lá, como bom Franciscano, de repente estava na mesma atividade – sacristão – na Paróquia de Santa Teresinha, em Campo do Jordão-SP. Tudo bem. Mas Frei Orestes queria mais. Foi sempre sua característica: querer mais.

Não é minha intensão escrever uma biografia. Já existem outros trabalhos melhores do que eu teria condição de realizar.

Apenas desejo não deixar morrer comigo a experiência que partilhei no relacionamento com Frei Orestes. Ouvi e vi coisas que poderiam, diferentemente, ficar perdidas.

Em conversa com um amigo daqueles de primeira categoria, José Feliciano Neves, contei-lhe a ideia de escrever algo sobre o Frei.

Aproveitando o ensejo, ele comentou: “Não basta a intensão. O senhor deve escrer um livro sobre o assunto!”.

Bem, já que, como dizem os espanhóis: “Hacer un gusto és un gusto”, eis-nos aqui.

Para não perder o lance, começo com um fato ligado àquela que foi a primeira profissão de Frei Orestes, no Convento de Rodeio-SC, no Noviciado. Ele era o dentista dos colegas. Claro, entenda-se: com limitações do preparo e dos serviços do tempo. Sobretudo, boa vontade!

Dom Paulo Evaristo Arns, mais tarde Cardeal de São Paulo, foi seu colega de noviciado e, consequentemente também seu cliente. Ele contava, brincando: “Frei Orestes foi meu dentista, com aquela máquina barulhenta, estragou-me dois dentes. Como eu reclamava de dor, ele encorajava: ‘Seja tudo por amor de Deus’”!

Não se pode omitir o detalhe: ambos sempre mantiveram relações de amizade, desde aqueles tempos. Posso comprovar isso com mais fatos: quando Frei Orestes desejava muito a ordenação sacerdotal, conversei com Dom Paulo, que deu todo apoio possível; e quando Frei Orestes estava no fim da vida internado no Hospital Albert Einsten, Dom Paulo quis visitá-lo. Arrumei condução para a visita: foi o último encontro dos dois aqui na terra.

Voltemos ao tema do trabalho de Frei Orestes em Campos do Jordão. Logo ele ficou impressionado, mais e mais, com o abandono das crianças pelas ruas e favelas.

Como resposta aos desafios, passou a dedicar-se também a elas.

Assim, quando o assuntos é Frei Orestes, não sei ou não quero separar:

– O perfil e a grandeza de sua personalidade.

– Os reflexos sociais de sua Obra, a SEA.

– O valor e a importância da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora de Fátima, fundada por ele para levarem à frente, juntos, a missão de cuidar das crianças.

Esses pontos básicos são os três lados inseparáveis de um triângulo. Cada qual completa uma só e a mesma riqueza. Falar de um é enaltecer os outros.

Não esquecendo esse aspecto tão especial, aqui desejo enfocar toda essa realidade, do modo que me parecer mais natural e espontâneo.

Esclareço, ainda, que referindo-me às Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora de Fátima, gosto de chamá-las simplesmente “Irmãzinhas da SEA”.

Se interessar, costumo dizer que a SEA é duas vezes minha prima, pelos parentescos espiritual e físico. Primeiro porque Frei Orestes é meu primo irmão. Depois, porque diversas das Consagradas nessa Comunidade são minhas primas de sangue ( Cf.: II Capítulo do livro: Convivi com um Santo, São Paulo 2018).

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